O autismo regressivo, também conhecido como autismo tardio ou transtorno desintegrativo da infância, é uma condição rara dentro do transtorno do espectro autista (TEA). Este quadro se caracteriza pela perda gradual e significativa de habilidades sociais e cognitivas após um período de desenvolvimento aparentemente adequado.
Na maioria dos casos, o autismo regressivo é identificado quando a criança começa a perder habilidades que já havia desenvolvido, como a capacidade de se comunicar verbalmente, a interação social e o contato visual. Essa regressão pode ser observada por volta dos 18 a 24 meses de idade e pode se estender até os 4 anos.
As características do autismo regressivo variam entre os pequenos, mas geralmente incluem a perda acentuada de habilidades de comunicação e interação social. Além disso, pode-se observar alterações no comportamento e nos hábitos alimentares e de sono.
O que causa o autismo regressivo?
A causa específica ainda é desconhecida, mas estudos indicam que pode estar relacionado a fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos. Um dos fatores que tem sido considerados é a poda neuronal: um processo natural de eliminação de sinapses e neurônios que ocorre no cérebro durante o desenvolvimento.
Em um estudo publicado na revista Neuron, em 2014, os pesquisadores analisaram o cérebro de crianças com autismo tardio e compararam com o cérebro de crianças com autismo não regressivo e de crianças neurotípicas.
As crianças com autismo regressivo apresentavam uma maior quantidade de sinapses e uma menor quantidade de neurônios do que as crianças neurotípicas. Além disso, os pesquisadores também observaram uma diminuição na expressão de genes relacionados à poda neuronal nas crianças que regrediram habilidades.
Esses estudos sugerem que pode haver um distúrbio no processo da poda neuronal nos pequenos com autismo regressivo, o que pode levar a uma sobrecarga de informações e a uma diminuição na eficiência do processamento de informações no cérebro. No entanto, vale destacar que a relação entre a poda neuronal e o autismo tardio ainda está sendo estudada e explorada pela ciência.
Outros materiais científicos também sugerem que a perda de habilidades pode ser um sinal de outros problemas de saúde, como epilepsia ou doenças metabólicas.
Diagnóstico e intervenções do autismo regressivo
O diagnóstico é feito por profissionais de saúde qualificados, como psiquiatras e neuropediatras. É importante que os pais estejam atentos ao desenvolvimento de seus filhos e procurem ajuda médica imediatamente se notarem quaisquer mudanças significativas.
Os cuidados para este quadro geralmente incluem terapias comportamentais e educacionais, bem como intervenções médicas para lidar com quaisquer problemas de saúde subjacentes. O objetivo é ajudar a criança a recuperar as habilidades perdidas e a desenvolver novas habilidades de comunicação e interação social.
Embora essa seja uma condição desafiadora, existem recursos e suporte disponíveis para ajudar a lidar com os sintomas e melhorar a qualidade de vida. É importante buscar ajuda profissional para garantir que o pequeno receba a intervenção adequada e tenha a melhor chance possível de alcançar seu potencial máximo.
No canal do YouTube da Mayra Gaiato, tem um vídeo explicando o autismo regressivo. Confira: