Equipe Instituto Singular
Tags: Autismo feminino | Masking | Neurodesenvolvimento | Camuflagem social | Relações sociais | Mulheres no espectro
Quando tudo parece bem, mas é só uma máscara
Desde cedo, meninas são incentivadas a seguir regras sociais não escritas: serem agradáveis e sensíveis às emoções alheias. Essas exigências encorajam o masking: um comportamento de camuflagem social que consiste em imitar gestos, ensaiar falas, forçar contato visual ou reprimir estereotipias para se parecer o mais próximo do esperado socialmente por pessoas neurotípicas.
O grande problema dessa “facilidade” em se mascarar diante do outro é que isso acaba dificultando um diagnóstico e prolongando o sofrimento emocional de meninas e mulheres autistas.
A influência das expectativas sociais no comportamento feminino
Desde cedo, meninas são incentivadas a seguir regras sociais não escritas: serem agradáveis e sensíveis às emoções alheias. Essas exigências encorajam o comportamento camuflado, dificultando o reconhecimento do autismo.
Essa pressão invisível pode atrasar ou impedir um diagnóstico, prolongando o sofrimento emocional.
O que a neurociência revela sobre conexões sociais no autismo
Como já é de entendimento na comunidade científica: o cérebro autista processa estímulos sociais de maneira distinta. Ou seja, interações simples exigem esforço constante para pessoas com TEA.
Além das diferenças neurológicas dos atípicos, outras dimensões tornam os desafios sociais ainda mais complexos para mulheres neurodivergentes:
- Vulnerabilidade social: apesar da maior motivação do que os meninos para interagir durante a infância, muitas não compreendem bem as intenções alheias. Isso as torna mais suscetíveis aos abusos e relacionamentos tóxicos.
- Mudanças corporais: fases como menstruação, puberdade e climatério podem trazer novas demandas de autocuidado. Para quem tem sensibilidade sensorial, isso pode gerar sobrecarga e desconforto intenso.
- Redução da autoconfiança: crescer se sentindo diferente e inadequada por conta da neurodivergência pode abalar a autoestima e gerar dúvidas constantes sobre seu próprio valor.
- Alexitimia e desregulação emocional: a dificuldade de identificar e nomear emoções é comum, especialmente em mulheres autistas. Isso pode levar a crises emocionais que são mal interpretadas pelos neurotípicos.
Esses fatores reforçam a importância de um olhar atento e sensível às nuances do desenvolvimento feminino no espectro.
Exemplo clínico e implicações práticas
Durante o atendimento especializado, é comum que uma jovem ou mulher chegue à clínica com histórico de isolamento e cansaço social. Com o avanço da avaliação, surgem relatos de esgotamento e dificuldade em formar laços afetivos. Muitas crescem com um sentimento intenso de não pertencimento, mesmo dentro de um grupo feminino. O que, por vezes, acarreta no acúmulo de comorbidades como a depressão e ansiedade.
Como apoiar meninas e mulheres autistas?
- Valide as emoções
- Evite forçar comportamentos sociais
- Crie espaços seguros para autenticidade
- Acolha o silêncio e o tempo de pausa
- Busque profissionais especializados em TEA
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