Equipe Instituto Singular
Tags: Autismo | Alfabetização | Desenvolvimento Infantil | Inclusão Escolar
Por que a alfabetização é diferente no TEA?
Estudos em neurociência mostram que crianças com TEA apresentam padrões diferentes de conectividade cerebral, especialmente em áreas ligadas à linguagem e integração sensorial (Kana et al., 2006).
Por tanto, essas crianças possuem formas distintas de perceber, processar e interagir com o mundo, impactando diretamente a forma como aprendem.
Algumas têm facilidade com letras e palavras, mas dificuldade de compreensão. Outras entendem contextos e histórias, mas demoram mais para reconhecer símbolos.
O grande desafio no TEA, não é ensinar letras, mas dar sentido a elas. Por isso, é importante reforçar a necessidade de estratégias visuais, concretas e repetitivas no ensino da leitura e escrita.
Quando é o momento certo de começar?
Não existe uma idade fixa. O momento certo é quando a criança demonstra:
- Algum tipo de comunicação funcional (fala, gestos, figuras);
- Interesse por objetos, histórias ou imagens;
- Capacidade de manter a atenção, mesmo que por curtos períodos;
- Vínculo com o adulto mediador.
Começar cedo é importante, mas respeitar o tempo da criança é essencial.
A comunicação como ponto de partida
Pesquisas demonstram que o desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva está diretamente ligado à motivação para o aprendizado da leitura (Nation et al., 2006).
Antes de alfabetizar, precisamos garantir que a criança compreenda para que serve a linguagem. Isso pode acontecer por meio da fala, da CAA (Comunicação Aumentativa e Alternativa), de gestos ou de olhares significativos.
Quando a criança percebe que pode se expressar e ser compreendida, ela se motiva a aprender mais.
Estratégias que funcionam
Visual
- Use imagens, figuras, letras coloridas, livros ilustrados.
- Apoie-se em quadros, cartazes e jogos visuais.
Multissensorial
A abordagem multissensorial tem eficácia comprovada em crianças com dificuldades de aprendizagem e com autismo. Integrar diferentes canais sensoriais ativa redes neurais variadas, facilitando a retenção e generalização do conteúdo.
- Letras de EVA, areia, tinta, massinha.
- Movimentos com o corpo, trilhas sonoras e músicas associadas a palavras.
Baseada em interesses
- Transforme temas favoritos da criança (dinossauros, carros, princesas) em materiais de aprendizagem.
Apoio da tecnologia
- Aplicativos e vídeos educativos ajudam a variar os estímulos e manter o interesse.
Suporte interdisciplinar
- Envolva a escola, terapeutas ABA, fonoaudiólogos e psicopedagogos.
- Alinhamento entre os adultos = consistência para a criança.
Caminhos para seguir
A alfabetização de crianças com TEA é possível, desde que seja individualizada, funcional e afetiva.
Por isso, lembre-se que cada criança tem seu tempo. Evite comparações e foque no progresso individual. Celebre pequenas conquistas e mantenha a jornada leve e significativa.
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