Autismo e TDAH: Padrões divergentes de ativação do córtex pré-frontal em tarefas de funções executivas?

Autismo e TDAH afetam o cérebro da mesma forma? Nem sempre! Um estudo recente usou neuroimagem para analisar como crianças com TEA e TDAH ativam o córtex pré-frontal durante tarefas cognitivas.

Índice

Pesquisas recentes do Journal of Psychiatric Research, utilizando a tecnologia fNIRS, analisaram como o córtex pré-frontal (PFC) de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) responde a tarefas cognitivas. 

A revisão sistemática de 630 estudos revelou padrões opostos de ativação cerebral nesses grupos, sugerindo que o processamento de funções executivas é diferente em cada um.

 Essas descobertas têm implicações importantes para diagnósticos mais precisos e estratégias de intervenção mais eficazes. Neste artigo, exploramos esses achados e como eles podem impactar a forma como entendemos e tratamos TEA e TDAH.

Como o cérebro de crianças com autismo e TDAH funciona de forma diferente?

O avanço das tecnologias de neuroimagem têm permitido novas descobertas sobre o funcionamento cerebral de pessoas neurodivergentes. Um estudo recente utilizou a espectroscopia funcional no infravermelho próximo (fNIRS) para analisar como o córtex pré-frontal se ativa em crianças com autismo e TDAH durante tarefas cognitivas.

Os resultados mostraram padrões opostos de ativação, indicando que cada grupo processa informações de maneira distinta. Mas o que isso significa na prática? Como essa descoberta pode impactar o diagnóstico e a intervenção?

Por que a ativação do córtex pré-frontal é importante no autismo e no TDAH?

O córtex pré-frontal (PFC) é responsável por diversas funções executivas, como:

  • Planejamento e organização
  • Controle da atenção
  • Memória de trabalho
  • Inibição de impulsos

Tanto crianças com autismo quanto com TDAH apresentam dificuldades nessas áreas, mas de formas diferentes. Compreender essas diferenças pode ajudar no desenvolvimento de abordagens mais eficazes para cada condição.

Quais foram as principais descobertas da pesquisa?

A pesquisa analisou 630 estudos e selecionou 11 que seguiram critérios rigorosos. Os achados principais mostraram que crianças com autismo apresentaram menor ativação no córtex pré-frontal dorsolateral, o que sugere dificuldades em flexibilidade cognitiva e planejamento.

Além disso, as crianças com TDAH apresentaram hiperativação no córtex pré-frontal medial, associada a dificuldades em controle de impulsos e atenção sustentada. Esses padrões distintos indicam que, embora autismo e TDAH compartilhem alguns desafios, o funcionamento cerebral de cada grupo tem características únicas.

Como essa pesquisa pode ajudar no diagnóstico e tratamento?

Diagnósticos mais precisos

Muitos sintomas do autismo e do TDAH podem se sobrepor, o que pode levar a diagnósticos imprecisos. Compreender as diferenças na ativação do córtex pré-frontal pode ajudar médicos e psicólogos a identificar melhor cada condição.

Intervenções mais eficazes

Sabendo que o autismo afeta a flexibilidade cognitiva e o TDAH afeta o controle inibitório, estratégias terapêuticas podem ser personalizadas para atender melhor às necessidades de cada criança.

Educação e suporte especializado

Professores e profissionais da educação podem adaptar abordagens pedagógicas para melhor atender crianças neurodivergentes, considerando suas diferenças no processamento de informações.

Crianças com autismo e TDAH têm dificuldades com memória de trabalho?

Sim, ambas as condições podem afetar a memória de trabalho, mas de maneiras diferentes. Crianças com autismo tendem a ter mais dificuldade com flexibilidade cognitiva, enquanto crianças com TDAH apresentam maior dificuldade em manter o foco e resistir a distrações.

A neuroimagem pode ajudar no diagnóstico de autismo e TDAH?

Ainda não existe um exame definitivo que diagnostique autismo ou TDAH apenas com neuroimagem. No entanto, estudos como esse ajudam a entender melhor as diferenças neurológicas entre os transtornos, contribuindo para diagnósticos mais precisos no futuro.

Como os pais podem usar essas informações para ajudar seus filhos?

Compreender como o cérebro da criança funciona pode ajudar os pais a escolherem terapias e intervenções mais adequadas, além de auxiliar no diálogo com profissionais de saúde e educação.

Conclusão

A neurociência está cada vez mais perto de compreender as nuances do autismo e do TDAH. O estudo sobre a ativação do córtex pré-frontal mostrou que cada condição tem suas particularidades, reforçando a importância de um olhar individualizado no diagnóstico e no tratamento.

Se você deseja saber mais sobre como a ciência pode transformar a forma como entendemos o autismo e o TDAH, acompanhe nosso site para mais conteúdos educativos.

Referência Estudo completo na ScienceDirect

Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
Foto de Equipe Instituto Singular
Equipe Instituto Singular
Corpo Docente Multidisciplinar!