No último ano, 200 mil alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram matriculados em escolas comuns. O número foi de 405.056 para 607.144, segundo dados do Censo de Educação Básica.
Apesar desse avanço, a inclusão plena desses alunos ainda está muito longe de acontecer.
O cenário ideal para favorecer a inclusão é onde os esforços dos pais e dos profissionais da educação se unam aos dos profissionais da clínica. Por isso, muitas vezes é importante que a criança esteja acompanhada, na escola, por um acompanhante terapêutico (AT).
Muitas vezes, esse cenário é bem diferente. Por isso, é importante que instituições escolares e profissionais da educação busquem ferramentas para transformar essa realidade e garantir o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem desses alunos.
E quais são as ferramentas que podem ajudar a transformar esse ambiente? Separamos aqui algumas dicas essenciais para qualquer profissional que queira tornar o ambiente escolar um lugar mais inclusivo ou pelo menos mais acessível.
Todas as dicas são adaptáveis de acordo com a sua realidade, da escola e do pequeno. Elas são extremamente úteis e importante, mas apostamos que a número 5 vai te fazer refletir!
Confira a seguir:
- Tente criar uma rotina com a criança
Mantenha e repita processos como, buscar a criança na entrada da escola ou receber esse pequeno na sala de aula, com o mesmo abraço ou toque de mão. A longo prazo, essa prática ajuda as crianças autistas a se adaptarem, isso porque elas precisam dessa previsibilidade para se organizarem emocionalmente.
- Diminua os estímulos na sala de aula
É importante saber dosar a quantidade de informação da sala. O excesso de informações disponíveis afeta não só crianças autistas como também aquelas com transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Diminuir e organizar esses materiais pode ajudar seus alunos com desenvolvimento atípico a terem um desempenho melhor.
- Faça quadros de rotina e atividades
Crie materiais de apoio para ajudar esses alunos a se organizarem. Esse recurso é uma ótima ferramenta para deixar próxima a carteira dos pequenos, com recursos visuais claros, diretos e simples do que será feito no dia ou como uma forma de comunicação.
Veja um exemplo de como criar um quadro de rotina:
- Dê orientações claras e objetivas
Essa dica é benéfica para todas as crianças, independente de diagnóstico.
Fale de forma clara e objetiva com os alunos. Além disso, utilize símbolos, imagens, fotos, para mostrar como será a rotina do dia, a atividade, o passeio da próxima semana, etc. Os recursos de imagem – e as frases curtas – ajudam o aluno com autismo a compreender o que se espera que ele faça.
- Adapte os materiais, não diferencie o conteúdo
Não mude o conteúdo, mude a forma como ele será apresentado ao aluno autista. Para exercícios de interpretação de texto, você pode dividir um texto maior em partes menores, sem desenhos, deixando o formato mais claro e objetivo. Em matemática, que tal adaptar usando blocos para fazer as contas? Esses são alguns exemplos que podem transformar a inclusão na sala de aula.
- Aproveite os interesses
Observe e aproveite os interesses desses alunos para conseguir com que eles se engajem nas atividades. Você pode adaptar o conteúdo seguindo o hiperfoco da criança.
Por exemplo, a sua aluna está muito interessada na Barbie, então você pode criar enunciados sendo falados pela Barbie ou pontos chaves sendo apontados por ela. São muitas as possibilidades de adaptação que farão a diferença para essas crianças.
Falar de inclusão nas escolas e colocá-la em prática pode ser desafiador, pois cada professor tem sua abordagem e sua realidade de desafios diários, mas com dicas como essas é possível transformar o ambiente escolar. A inclusão de alunos com autismo pode beneficiar não só as crianças com TEA, mas também seus colegas e educadores. Um ambiente mais inclusivo traz diversidade, aprendizagem e respeito às diferenças.
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