O termo “autismo virtual” ficou em evidência durante a pandemia, quando crianças passaram a usar dispositivos eletrônicos com mais frequência para estudar e se divertir em casa. Com o passar do tempo, as famílias notaram mudanças no comportamento dos pequenos, além de atrasos cognitivos e comunicacionais. Muitos interpretaram essas alterações como sinais do TEA e, com isso, os pais passaram a desconfiar desse diagnóstico.
Entretanto, é importante ressaltar que estudos e pesquisas científicas comprovam que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, causado por alterações genéticas no cérebro e que estão presentes desde o nascimento. Sendo assim, circunstâncias externas não seriam capazes de desenvolver o transtorno em um indivíduo. Então, respondendo à pergunta: não, o autismo virtual não existe.
Embora tenhamos evidências de que o uso excessivo de telas pode afetar negativamente o desenvolvimento infantil, problemas como dificuldades na fala, interações e ansiedade não são suficientes para fechar o diagnóstico de autismo.
Diagnóstico tardio não é autismo virtual
O que pode acontecer, em alguns casos, é a identificação tardia do TEA e o agravamento de atrasos por falta de estímulos e intervenções adequadas. Também pode haver mutações genéticas ao longo dos anos que causem o transtorno, mas que são provenientes de questões muito mais complexas do que a exposição aos eletrônicos.
É importante ressaltar que o diagnóstico do TEA é clínico e envolve déficits comunicacionais, cognitivos e comportamentais, além de aspectos genéticos. Por isso, é fundamental que seja realizado por profissionais de saúde capacitados e experientes em avaliar crianças com essa suspeita.
Portanto, é importante evitar o termo “autismo virtual”. Seu uso pode levar a mal-entendidos e prejudicar o diagnóstico de casos verdadeiros de autismo.
No canal do YouTube da Mayra Gaiato, tem um vídeo completinho explicando de onde vem o “autismo virtual” e desmistificando esse conceito. Confira: