Algumas pessoas autistas podem apresentar mais interesse em movimentos repetitivos. Por exemplo: elas gostam de acompanhar a rotação da máquina de lavar, das hélices do ventilador ou das rodas dos carros.
Isso está relacionado diretamente às alterações no processamento sensorial, que é a forma como o cérebro recebe e interpreta os estímulos do ambiente. Indivíduos autistas têm percepções táteis e visuais diferentes quando comparadas às de pessoas neurotípicas e, com isso, eles se interessam e reagem de maneira fora do padrão aos estímulos externos.
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Esse interesse é despertado da mesma maneira que pessoas fora do espectro se interessam por vídeos, telas e cenas sociais. É a mesma área do cérebro que é estimulada e gera essa curiosidade.
Outro fator que podemos relacionar a esse interesse é a necessidade de previsibilidade dos autistas – a padronização que eles encontram nesses movimentos repetitivos traz segurança e controle!
O que fazer em relação aos movimentos repetitivos?
Bom, é difícil controlar o acesso da pessoa aos movimentos repetitivos – afinal, eles estão presentes em todos os lugares: nas ruas, nas escolas, em casa…
O que é viável é a criação de materiais que utilizem desses padrões e do interesse do indivíduo para desenvolver habilidades funcionais, como a interação e a comunicação. Por exemplo, no caso da criança, pode-se aproveitar do movimento de rotação do ventilador para ensinar o pequeno a apontar, pedir, falar novas palavras e brincar.
É claro que, no momento em que esse interesse não estiver em alta, ele não deve ser incentivado. É importante observar quando esses movimentos repetitivos não forem o foco principal do indivíduo para aproveitar a brecha e auxiliar no progresso de outros aspectos do seu desenvolvimento.
Quer saber mais sobre o assunto? Confira o vídeo disponível no canal da Mayra Gaiato.