A causa do autismo está entre as dúvidas mais recorrentes sobre o tema, afinal, o que leva um indivíduo a desenvolver o transtorno? Qual é a explicação para existirem famílias com casos isolados ou múltiplos de TEA? Por que o número de diagnósticos está crescendo tanto?
Há muitos anos a ciência tenta achar uma resposta para essas perguntas, e o que temos de mais correto hoje é: o Transtorno do Espectro Autista é causado, principalmente, pela junção de fatores genéticos e ambientais. Mas, antes de entrarmos neste ponto, é importante revisarmos o que é o autismo. Vamos lá?
O que é o autismo?
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, identificável ainda na primeira infância, durante o primeiro semestre de vida. Ele é caracterizado por alterações em três grandes áreas: a comunicação, a interação social e o comportamento.
Atualmente, segundo dados divulgados pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), a prevalência do autismo é de 1 a cada 36 crianças. A pesquisa tem como base a população dos Estados Unidos – no Brasil, ainda não há dados sobre a predominância do transtorno.
O diagnóstico é realizado a partir de uma avaliação multidisciplinar. Com ela, serão identificados os atrasos que devem ser trabalhados junto à família e equipe terapêutica.
Então, qual é a causa do autismo?
O TEA é causado pela junção de fatores genéticos e ambientais. A questão genética é predominante nesse aspecto, uma vez que as pesquisas já identificaram mais de mil genes correlacionados ao surgimento da condição.
É por isso que ele se manifesta de maneiras tão diversas entre os indivíduos no espectro: cada um deles tem uma formação genética única. Por exemplo: dois irmãos autistas, ainda que estejam no mesmo nível de suporte, podem apresentar dificuldades e comportamentos diferentes um do outro.
Já existem estudos que correlacionam fatores específicos ao surgimento do transtorno, mas é importante lembrar que não se tratam de uma regra. São eles:
- Prematuridade;
- Idade paterna e materna;
- Tratamento com ácido valproico durante a gestação;
- Sofrimento fetal.
Novamente, é essencial frisar que esses fatores específicos não são uma via de regra para a causa do autismo. Há casos de crianças prematuras que não desenvolveram o transtorno, por exemplo. Por outro lado, já existem bebês que somam o fator da prematuridade a outros fatores hereditários e podem acabar desenvolvendo o TEA.
Mas, apesar da preponderância dessa somatória de genes – que vêm dos dois lados da família – há também alguns casos de mutações genéticas que ocorrem ao longo do crescimento do indivíduo. É uma das explicações para os casos de autismo regressivo, que a ciência tem relacionado à poda neuronal, um processo natural de eliminação de sinapses e neurônios que ocorre no cérebro durante o crescimento.
É possível prevenir o TEA?
O autismo não é uma doença, portanto, não podemos curar ou prevenir, como uma simples dor de garganta. Também é importante entendermos que o transtorno em si não é um problema, mas sim os prejuízos e atrasos que suas características podem causar na vida dos indivíduos diagnosticados.
Uma pessoa autista sempre será autista, mesmo que alcance os marcos do desenvolvimento esperados por meio do acompanhamento terapêutico. É por isso que sempre enfatizamos a importância da intervenção precoce a partir dos primeiros sinais de atrasos no desenvolvimento.
Nós não temos controle sobre o que acontece ao longo da formação genética de uma pessoa. Entretanto, podemos auxiliá-la por meio de estímulos benéficos para o aprendizado, com intervenções, integração da equipe multidisciplinar e da família toda no processo terapêutico. Saiba mais sobre isso aqui.
No canal do YouTube da Mayra Gaiato, você pode assistir a um vídeo sobre as causas do autismo. Confira: