TEA: Causas genéticas e ambientais

Aprenda como nutrientes, especialmente zinco e aminoácidos, influenciam o desenvolvimento cerebral e podem estar relacionados ao TEA, com destaque para diferenças entre meninos e meninas.

Índice

Um estudo recente mostrou que algum dos fatores ambientais, como infecções e alimentação, podem interferir na comunicação entre os neurônios e aumentar o risco do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Isso porque o autismo é um transtorno multifatorial, influenciado por uma combinação de causas genéticas e fatores ambientais. E esses estudos têm destacado que a nutrição desempenha um papel importante no desenvolvimento cerebral e pode influenciar o risco e os sintomas do transtorno.

Neste artigo, exploramos como nutrientes essenciais, como zinco e aminoácidos, impactam o funcionamento do cérebro e como ajustes na alimentação podem ser um complemento no manejo dos sintomas do autismo.

O Autismo é Multifatorial

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Embora as causas genéticas sejam amplamente estudadas, cada vez mais pesquisas apontam que fatores ambientais também desempenham um papel significativo no desenvolvimento do autismo.

Infecções durante a gestação, exposição a toxinas e carências nutricionais estão entre os fatores que podem influenciar o desenvolvimento do sistema nervoso e aumentar o risco de TEA. Isso reforça a importância de considerar tanto as predisposições genéticas quanto o ambiente na avaliação e manejo do transtorno.

Nutrientes Essenciais para o Desenvolvimento Cerebral

A alimentação desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do cérebro, especialmente durante os primeiros anos de vida. Alguns nutrientes têm uma influência direta na formação das conexões neurais, na neurotransmissão e no equilíbrio químico do cérebro. Vamos destacar dois nutrientes essenciais: zinco e aminoácidos.

O Zinco e a Formação Sináptica

O zinco é um mineral crucial para o desenvolvimento cerebral. Ele está envolvido na formação de sinapses — as conexões entre os neurônios que permitem a comunicação no cérebro. A deficiência de zinco pode levar a problemas no desenvolvimento cognitivo, atenção e comportamento, características frequentemente associadas ao TEA.

Estudos mostram que crianças com autismo frequentemente apresentam níveis reduzidos de zinco. Por isso, incluir alimentos ricos em zinco na dieta pode ser um complemento importante no manejo dos sintomas.

Fontes de zinco na alimentação:

  • Carnes vermelhas
  • Frango
  • Feijão
  • Nozes
  • Sementes

Aminoácidos e Neurotransmissão

Os aminoácidos são os blocos de construção das proteínas e desempenham um papel essencial na neurotransmissão — o processo pelo qual os neurônios enviam mensagens uns aos outros. Aminoácidos como triptofano e tirosina são precursores de neurotransmissores importantes, como serotonina e dopamina, que influenciam o humor, o sono e o comportamento.

Uma dieta rica em aminoácidos pode ajudar a melhorar o equilíbrio químico do cérebro, favorecendo comportamentos mais adaptativos e reduzindo alguns sintomas do TEA.

Fontes de aminoácidos na alimentação:

  • Ovos
  • Peixes
  • Laticínios
  • Leguminosas

Diferenças de Prevalência Entre Meninos e Meninas

O autismo é diagnosticado cerca de quatro vezes mais frequentemente em meninos do que em meninas. Embora fatores genéticos desempenhem um papel importante nessa diferença, estudos recentes sugerem que as necessidades nutricionais específicas de cada gênero também podem influenciar essa prevalência.

Meninos podem ser mais vulneráveis a deficiências nutricionais que impactam o desenvolvimento cerebral. Por exemplo, eles podem ter uma maior necessidade de zinco e aminoácidos durante certas fases do desenvolvimento, tornando-se mais suscetíveis a alterações no sistema nervoso em caso de carências nutricionais.

Já em meninas, algumas pesquisas sugerem que elas podem ter fatores de proteção biológica que tornam o cérebro mais resiliente a certos impactos ambientais, incluindo deficiências nutricionais.

Como a Nutrição Pode Ajudar a Manejar Sintomas do TEA

Embora a nutrição não seja uma cura para o autismo, ela pode ser um complemento importante no tratamento. Ajustes na alimentação podem ajudar a melhorar o foco, a comunicação e o comportamento social das crianças no espectro autista. Aqui estão algumas dicas práticas:

Inclua Alimentos Ricos em Zinco

Certifique-se de que a dieta da criança inclua alimentos ricos em zinco, como carnes magras, nozes e feijões. Isso pode ajudar a melhorar a formação das conexões cerebrais.

Priorize Fontes de Aminoácidos

Inclua proteínas de qualidade, como ovos e peixes, que são fontes ricas em aminoácidos essenciais para a neurotransmissão.

Evite Alimentos Processados

Alimentos ultraprocessados podem conter aditivos que afetam negativamente o comportamento e a cognição. Priorize alimentos naturais e minimamente processados.

Conclusão: Alimentação Como Parte do Cuidado Global

O autismo não tem uma única causa, e cada criança no espectro é única em suas necessidades. A nutrição, quando combinada com outras intervenções terapêuticas, pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade de vida das crianças com TEA.

Investir em uma alimentação balanceada, rica em nutrientes essenciais, pode ajudar a aliviar alguns sintomas do autismo e promover um desenvolvimento mais saudável. Pais, cuidadores e profissionais da saúde devem estar atentos a esses aspectos para oferecer um cuidado mais completo e eficaz.

Quer Saber Mais?

Para mais informações sobre como a nutrição pode influenciar o desenvolvimento infantil e ajudar no manejo de sintomas do TEA,confira nossos artigos e conteúdos educativos.

Referências

HSUEH, Yi-Ping. Signaling in autism: Relevance to nutrients and sex. Current Opinion in Neurobiology, [S.l.], v. 69, p. 102962, 2024. DOI: 10.1016/j.conb.2024.102962. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39731919/. Acesso em: 30 jan. 2025.

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