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A terapia: o que esperar dela?

"Iniciamos a terapia, o que podemos esperar?" Essa é uma pergunta muito comum entre os pais.

Índice

Iniciamos a terapia, o que podemos esperar?” Essa é uma pergunta muito comum entre os pais. Mas antes de criar qualquer expectativa, é preciso entender que cada criança responderá de uma forma. Além disso, estas respostas baseiam-se também em alguns fatores fundamentais. Vamos ver quais são eles?

Início da terapia – antes dos dois anos de idade

Quanto mais cedo a terapia iniciar, maiores são as chances da criança ampliar seu repertório de autonomia e de funcionalidade. Tudo isso se deve à neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de fazer novas conexões neurais e se modificar totalmente, química e estruturalmente. A neuroplasticidade de bebês e crianças é incrível! Assim, quanto mais cedo se iniciarem as intervenções, mais fácil será a criação novas redes neurais que antes não existiam. Com essa diversificação neuronal, ocorre uma melhora significativa nos comportamentos e na autonomia dos pequenos!

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Quantidade ideal de intervenções e estímulos

O cérebro da criança é ávido por experiências. É a partir delas que a construção das conexões neurais acontecem. Por isso, quanto mais tempo passar recebendo os estímulos adequados, mais conexões deste tipo ela fará. Neste caso, o contrário também é verdadeiro: sem estímulos, as crianças sentirão cada vez mais dificuldades nas construções neurais. 

Quanto mais tempo a criança passar em isolamento, fazendo estereotipias, usando materiais sem função ou apenas para exploração e auto estimulação, mais seu repertório ficará restrito a estes comportamentos. Para que isso não ocorra, precisamos planejar e promover intervenções eficientes para o dia a dia. Quanto mais horas, melhor! Além disso, sabemos que horas com especialistas podem ser caras. Por isso, sugerimos que procurem seus planos de saúde para reembolso (há jurisprudência para pagamento integral das terapias pelo plano de saúde), treinem seus familiares e cuidadores em casa, escolham escolas que aceitem e conheçam intervenção e orientação e, se possível, façam nosso curso de coaching parental para que também possam aplicar os estímulos na maior parte da rotina da criança.

Iniciamos as intervenções: o que esperar delas?

Podemos dividir a terapia nos períodos de tempo em que ela é feita. Isso não significa, contudo, que todas as atividades terapêuticas são iguais! Cada criança é única e, por isso, irá reagir de forma diferente às intervenções. Dito isso, vamos ver o que esperamos da terapia nesses períodos:

Os primeiros 6 meses de intervenção

Com todos os tópicos acima alinhados, esperamos respostas positivas da criança nos primeiros seis meses. Neste tempo, a criança ampliará seu repertório – principalmente de imitação, atenção auditiva (compreende comandos) e de brincadeiras com outra pessoa em troca de turnos. Estes são pré-requisitos para muitos outros comportamentos e precisam ocorrer em 80% das nossas atividades. Com eles, sabemos que o nosso pequeno está atento à nossa voz e ao nosso rosto, sabemos que ele nos imita e nos compreende! Como se sabe, autistas têm muita dificuldade em manter contato visual e em manter interações sociais. Por isso é tão importante que ela desenvolva esses comportamentos nos primeiros seis meses de intervenção.

1 ano de intervenção

Neste momento, e após adquirir os pré-requisitos dos primeiros meses, esperamos que a criança amplie seu repertório verbal e não verbal de comunicação. Com esses pré-requisitos, o próximo passo é o desenvolvimento da fala, algo tão difícil para os autistas! Dessa forma, seu repertório se ampliará bastante. A criança poderá, então, ser ao mesmo tempo mais sociável e mais autônoma.

Término da terapia

Cada criança reagirá de uma forma aos estímulos. Isso depende, para além da intensidade das intervenções, da carga biológica de cada um. Assim, estabelecer de antemão o prazo da terapia é algo quase impossível! Porém, os nossos principais objetivos são que os nossos pequenos acompanhem a escola, consigam se comunicar de forma adequada e tenham uma vida com autonomia.

Afinal, não é isso que queremos para todos nós? Autonomia, sociabilidade e saúde? São esses três objetivos que temos em mente. Quando alcançados, a terapia pode terminar. Mas, mesmo terminada, ela continua a atuar em nós! As atividades terapêuticas fornecem ferramentas, não somente às crianças, mas também aos pais e familiares envolvidos. Quando todos se envolvem, as melhorias são mais sólidas e, o que é mais importante, são coletivas! Como diz um provérbio africano, “é preciso uma aldeia inteira para cuidar de uma criança”.

Quer mais dicas sobre como funciona a terapia? Assista ao vídeo abaixo e acesse o canal de YouTube da Mayra Gaiato para ver mais:

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