Melatonina e o distúrbio do sono em autistas

Você já ouviu falar da melatonina? O hormônio, que regula nosso ciclo do sono, é muito importante para a qualidade de vida de qualquer indivíduo. Neste texto, vamos explicar o que é a melatonina, como ela age no nosso corpo e como ela pode atuar nos cuidados de crianças autistas.

Você já ouviu falar da melatonina? O hormônio, que regula nosso ciclo do sono, é muito importante para a qualidade de vida de qualquer indivíduo. Veja o que é a melatonina, como ela age no nosso corpo e como atuar no cuidado de distúrbios de sono em autistas.

O que é a melatonina?

A melatonina é um hormônio, produzido naturalmente pelo organismo na glândula pineal. Sua função é controlar o ciclo circadiano – o ciclo do sono. Para que isso ocorra, sua produção depende da redução ou até mesmo da ausência de estímulos luminosos. Por isso, é produzida ao anoitecer.

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Sabe quando os médicos e especialistas recomendam desligar o celular algumas horas antes de dormir? A questão está diretamente relacionada com a produção do hormônio do sono: quanto mais telas, sons e até mesmo aromas, maior será a dificuldade do nosso organismo em produzir e manejar a melatonina!

Recentemente, a melatonina passou a ser vendida como suplemento. Apesar de não necessitar de uma receita médica para a compra, é sempre importante ter como base a análise de um profissional para o seu consumo.

Como é a ação da melatonina?

A melatonina é uma das substâncias reguladoras do nosso ciclo circadiano – ou seja, o nosso ciclo do sono, o relógio biológico que segue os períodos de luz (dia) e escuridão (noite), dentro de 24 horas. Aí também está a explicação para esse nome engraçado: o circadiano tem inspiração, justamente, nos movimentos de rotação da Terra!

O ciclo circadiano tem influência direta na produção de uma série de outros hormônios, que ditam os diferentes estados do nosso corpo durante o dia: quando sentimos fome, agitação, cansaço, irritabilidade… Sendo assim, podemos dizer que ele é peça-chave para o bom funcionamento do nosso metabolismo.

Esse processo todo é composto por dois estados mentais: o estado de vigília, quando estamos acordados; e o estado de sonolência, quando estamos cansados. A alteração que temos entre essas duas etapas depende da produção de três hormônios – a melatonina, a adenosina e o cortisol.

O ciclo do sono e os hormônios – um resumo

Algumas horas após acordarmos, temos um pico nos níveis de cortisol – o “hormônio do estresse”. É ele quem nos desperta, nos deixa em estado de vigília e dispostos para as atividades do dia. É por isso que o estresse é uma das causas mais comuns da insônia – por conta dele, a taxa de cortisol permanece alta, impossibilitando que o indivíduo relaxe e pegue no sono.

A adenosina, no contexto do ciclo do sono, é uma substância hormonal que nós acumulamos ao longo do dia, enquanto desempenhamos nossas tarefas. É durante o seu pico, ao anoitecer, que começamos a sentir sono e cansaço, começando nosso estado de sonolência.

Por fim, a melatonina “fecha” todo esse processo ao induzir o corpo ao sono.

Os autistas e a dificuldade em pegar no sono

Todo indivíduo pode apresentar um quadro de distúrbio do sono um dia. Mas, quando falamos de autistas, essa probabilidade é muito alta – 80%, de acordo com a Academia Americana de Neurologia.

Essa incidência pode ser explicada pelo fato de que muitos autistas têm um desequilíbrio no ciclo circadiano. Alguns estudos creditam este fator a uma alteração genética na enzima que auxilia na produção de melatonina.

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Além disso, outro fator que pode influenciar essa questão é a sensibilidade sensorial dos autistas aos estímulos luminosos e sonoros, que atrapalha na introdução ao estado de sonolência.

Quando uma pessoa autista tem dificuldade em pegar no sono, existem algumas alternativas que podem auxiliar os familiares a reduzir esse problema. Temos um curso voltado especialmente para as crianças que têm dificuldades em pegar no sono. Confira aqui.

Dicas para lidar com o distúrbio de sono em pessoas com TEA

Antes de mais nada, é preciso que a família se reúna com a equipe multidisciplinar e tente encontrar as causas dessa dificuldade. Unidos, são capazes de ajudar a pessoa de maneira mais efetiva e evitar estresses.

  • Revisar medicamentos: às vezes, o uso ou a dosagem de determinadas substâncias nas terapias devem ser reavaliados, para averiguar se não estão atrapalhando na produção de melatonina e no ciclo do sono;
  • Estabelecer uma rotina de sono consistente;
  • Não fazer o uso de aparelhos eletrônicos por, pelo menos, 3 horas antes do horário de dormir;
  • Suplementar a melatonina: a substância está presente em diversos alimentos, que podem ser incluídos na dieta do autista. Além disso, ela está disponível nas farmácias para compra – mas é importante pautar seu consumo na prescrição do médico e da equipe multidisciplinar.

No nosso canal do YouTube, temos diversos materiais que podem te ajudar com essa questão. Aqui vai uma sugestão de conteúdo:

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