Pesquisas da National Library of Medicine mostram que os atendimentos online podem ser altamente eficazes, especialmente no treinamento de pais e cuidadores, que aprendem estratégias para auxiliar seus filhos no dia a dia. Além disso, essa modalidade oferece maior acessibilidade para famílias que moram em locais com poucos especialistas, reduzindo custos e barreiras de deslocamento. A possibilidade de adaptar os atendimentos à rotina da família torna essa abordagem ainda mais atrativa.
No entanto, essa não é uma solução perfeita. A maioria dos estudos se concentra em crianças pequenas, deixando de lado adolescentes e adultos, que também poderiam se beneficiar desse suporte. Além disso, nem todas as habilidades podem ser ensinadas de forma remota com a mesma eficácia das intervenções presenciais. O acesso à tecnologia e a formação dos profissionais também são desafios que precisam ser superados.
Atendimentos online no suporte ao TEA: quais são os benefícios?
Imagine um futuro onde qualquer pessoa com TEA, independentemente da idade ou localização, possa ter acesso a um atendimento especializado, personalizado e baseado em evidências, no conforto de sua casa. Onde os profissionais estejam preparados para adaptar suas estratégias ao ambiente digital e novas ferramentas tecnológicas tornem o aprendizado mais dinâmico e eficiente.
Essa realidade está cada vez mais próxima, mas para isso, é essencial continuar investindo em pesquisas, capacitação profissional e desenvolvimento de plataformas inovadoras.
O avanço da tecnologia possibilitou que crianças, adolescentes e adultos autistas tenham acesso a serviços especializados de forma remota. Essa modalidade pode oferecer mais acessibilidade para famílias que moram em áreas sem especialistas próximos, garantindo suporte qualificado sem a necessidade de deslocamento.
Além disso, os atendimentos online têm sido eficazes no treinamento de pais e cuidadores, permitindo que recebam orientações personalizadas sobre estratégias para apoiar o desenvolvimento da criança.
Outro ponto positivo é a flexibilidade dessa abordagem, que pode ser adaptada à rotina familiar, reduzindo barreiras logísticas e financeiras que, muitas vezes, dificultam o acompanhamento presencial.
Alguns desafios nos atendimentos online
Apesar dos benefícios, a adoção dos atendimentos online ainda enfrenta desafios importantes. Um dos principais problemas é a falta de pesquisas voltadas para adolescentes e adultos autistas.
A maioria dos estudos analisa o impacto dessa abordagem em crianças pequenas, o que gera lacunas no conhecimento sobre sua eficácia para outras faixas etárias. Outra questão é a falta de padronização na formação dos profissionais que oferecem esse tipo de atendimento.
Nem todos os terapeutas possuem experiência com intervenções remotas, o que pode comprometer a qualidade do serviço prestado.
A questão da personalização das estratégias também é um ponto relevante. Cada pessoa autista tem necessidades específicas, e nem todas se adaptam bem ao formato online. Isso significa que os atendimentos devem ser planejados de maneira individualizada, levando em conta fatores como idade, nível de suporte necessário e objetivos terapêuticos.
Como os atendimentos online podem evoluir?
Para que os atendimentos online se tornem uma alternativa ainda mais eficaz e acessível, é essencial investir em pesquisas que ampliem o conhecimento sobre essa abordagem, especialmente para adolescentes e adultos.
Além disso, a capacitação dos profissionais que atuam nesse formato precisa ser aprimorada, garantindo que tenham treinamento específico para adaptar suas estratégias ao ambiente virtual.
Outro ponto importante é o desenvolvimento de ferramentas e plataformas tecnológicas que facilitem a interação e o aprendizado dos participantes. Recursos interativos, inteligência artificial e metodologias baseadas em evidências podem tornar os atendimentos mais dinâmicos e eficazes.
Conclusão
Os atendimentos online para TEA têm grande potencial e já demonstraram ser uma alternativa viável para muitas famílias.
No entanto, ainda há desafios que precisam ser superados para garantir que essa abordagem funcione para diferentes perfis e faixas etárias.
O avanço das pesquisas, a formação adequada dos profissionais e a adaptação das estratégias às necessidades individuais de cada pessoa autista são fatores essenciais para que os atendimentos online se tornem uma ferramenta cada vez mais eficaz no suporte ao TEA.
Referência
KANE, Courtney L.; DEBAR, Ruth M. A descriptive review of telehealth for individuals with autism spectrum disorder. Behavior Modification, [s. l.], v. 47, n. 2, p. 405-432, 2022. DOI: 10.1177/01454455221121085. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36113035/. Acesso em: 18 mar. 2025.