A culpa que os pais sentem

Quando nasce uma criança, a culpa vem automaticamente junto. É muito comum os pais terem esse sentimento.

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Quando nasce uma criança, a culpa vem automaticamente junto. É muito comum os pais acharem que tudo o que acontece de ruim com a criança é por causa deles. Os pais têm muita responsabilidade no cuidado da criança, é claro. Contudo, isso definitivamente não significa que a culpa pelas dificuldades de seus pequenos seja deles!

Essa culpa, no entanto, é elemento muito frequente numa terapia infantil. Ouvimos muito no consultório os pais perguntando: “Será eu deixei ele muito tempo assistindo televisão, por isso ficou atrasado assim na linguagem?”, “Ele se tornou assim porque eu não estimulei direito quando era pequeno?”, “Será que é porque eu voltei a trabalhar e deixei ele sozinho com a babá?”, “Existe alguma coisa errada que eu fiz?”, “Será que eu devia ter tomado mais ácido fólico, ou menos alguma outra coisa na gravidez”… e muitas outras perguntas!

É necessário aceitar e perceber que aquela criança é diferente, mas não é incapaz ou pior do que nenhuma outra. Ela é apenas diferente e aceitar que está tudo bem é um passo fundamental nesse processo.

A culpa que os pais sentem

Nem tudo é culpa dos pais!

A verdade é que a criança é desse jeitinho por vários fatores. Não temos como prever uma determinação genética. Mas a criança não está no espectro autista por vocês terem estimulado mais ou menos, ou por ela ter ficado um pouco mais na televisão. Existem muitos mitos a respeito das causas do autismo, e muitos deles responsabilizam os pais (principalmente as mães!) pelo desenvolvimento atípico de seus filhos. É preciso se livrar desses mitos! Muitas vezes, eles sobrecarregam os pais, aumentando a culpa que eles já podem ter espontaneamente.

Precisamos parar de carregar essa culpa! Nesse sentido, sabemos hoje que a causa do autismo é predominantemente genética. Contudo mesmo a genética requer uma ligação de duas pessoas. A criança é fruto de duas genéticas, e é necessária uma série de combinações para formar um organismo com predisposição para o autismo. De nada adianta culpar um ou o outro. Não adianta de nada procurar um culpado, pois isso só alimenta a raiva. Isso sem dúvidas não será positivo para a criança.

A importância da união

Vocês, casais, casados ou separados, precisam estar unidos para ajudar na terapia dessa criança. É muito importante que os pais sejam orientados sobre qual a melhor forma de ajudar seus filhos agora, como levando para um cuidado especial, se informando, perguntando o que vocês podem fazer para potencializar os ganhos e para ajudar no aprendizado da criança em casa.

Agora, ficar brigando e culpando alguém não vai servir para nada! A melhor coisa a se fazer é aceitar a criança do jeito que ela é, porque enquanto a gente fica arrumando motivos e arrumando desculpa para entender porque as coisas aconteceram dessa forma, tiramos o foco do que realmente importa. E, enfim, o que realmente importa é apoiar essa criança e ajudá-la a ser autônoma!

É necessário aceitar e perceber que aquela criança é diferente, mas não é incapaz ou pior do que nenhuma outra. Ela é apenas diferente, e está tudo bem!

Existem várias mães que se unem para fazer blogs e sites para falar do assunto. Tem um site, inclusive, que indicamos muito: www.autistologos.com. Esse blog é da Kaká, ela é mãe de um paciente do Instituto Singular, que resolveu ajudar na causa do autismo. Agindo assim, a Kaká nos mostra o mais importante: é nos unindo que poderemos melhorar a vida dos nossos pequenos!

Enfim, aceitem seus filhos como eles são e nunca se esqueçam: eles não são incapazes!

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