Recentemente, lançamos um novo curso online: ”É hora de brincar!”. Por isso, viemos dar algumas dicas e uma pequena prévia desse novo conteúdo. Que tal aprender como brincar com as crianças e também como estimulá-las com jogos divertidos?
A dica é “quebrar” os jogos em diversas atividades e partes menores. Veja se tem todos os pré-requisitos que precisa para sentar e jogar.
Os jogos e suas partes
Normalmente, o que acontece é que, quando tentamos brincar com crianças mais desatentas ou que são autistas, logo de cara já queremos colocá-las sentadas e prontas para começar a jogar de acordo com as regras. Para nós, os jogos são simples e intuitivos, e por vezes esperamos que a criança aja conforme esse nosso julgamento. Mas, para ela, as coisas podem não ser tão simples assim!
Assim, nesses casos, nós esquecemos de trabalhar, pedir e entender que mesmo os jogos mais simples são compostos de várias atividades que são encadeadas. Se a criança não estiver entendendo como o jogo funciona, é sempre legal ir por partes. Então, a primeira coisa que a criança precisa aprender é a se sentar à mesa junto dos outros, por exemplo. Em seguida, vale mostrar toda a montagem do jogo e explicar como ele funciona. Depois, podemos começar uma partida experimental, por assim dizer, estando atentos aos erros e “corrigindo-os” sem dar broncas. Muitas vezes a criança erra porque não entendeu o encadeamento das regras!
Por isso, é legal corrigi-la brincando, gracejando e fazendo piadas leves. Dessa forma, ela pode aprender as regras de forma divertida, entendendo o porquê delas e não como se fossem uma “ordem” ou “obrigação”, como escovar os dentes ou lavar as mãos.
Exemplo: o jogo da memória
Vamos ver como isso funcionaria num caso muito comum?
Um dos jogos mais simples de todos e que todo mundo tem em casa é o jogo da memória. Geralmente queremos que a criança se sente e já inicie o jogo, virando e desvirando os pares de cartas. Mas, às vezes, isso é demais para a criança! É sempre bom que ela aprenda por partes, na velocidade dela.
Na hora do jogo, numa primeira rodada, vale mostrar que, se ela encontrar algum par, ela ganhará um prêmio. Sempre que as cartas viradas não forem iguais, ela deve virar as mesmas de cabeça para baixo. Vale também explicar como funciona o andamento da partida, onde cada um tem sua vez de jogar, fazendo trocas de turno.
Assim, devemos ensinar os jogos aos nossos pequenos em partes. Não adianta tentar apresentar as cartas e logo querer que a criança saiba brincar! Primeiro, mostre as cartas, indicando que elas são repetidas, em pares. Depois, mostre como elas são dispostas na mesa: de cabeça para baixo e embaralhadas. Em seguida, comece com uma rodada simples. E assim por diante.
Regras + diversão: esse encontro é possível?
Ouvimos nas clínicas muitos relatos de pacientes que se frustram porque o filho não quer brincar de algo planejado. Contudo, muitas vezes, a criança não quer jogar porque não entende as regras e não sabe que aquele momento será super divertido. Assim, para ela, uma atividade “com regras” pode soar como uma ordem incômoda! É sempre legal mostrar que os jogos, mesmo que tenham regras, são feitos para nos divertir.
A dica é “quebrar” os jogos em diversas atividades e partes menores. Veja se tem todos os pré-requisitos que precisa para sentar e jogar. Acostume a criança com cada uma das partes, desde o início da atividade. Caso seja necessário, faça apenas uma fase do jogo durante uma semana inteira. Quando ele tiver gostando, passe para a segunda fase e assim por diante.
Essa dica, aliás, vale para qualquer jogo que você tem na sua casa! Por exemplo, no brinquedo “Pula Pirata”, você precisa ensinar a ação mecânica da espada no barril e, só depois, iniciar o jogo valendo. No caso do brinquedo “Quebra Gelo”, vale ensinar como funciona o martelo primeiro e depois explicar as regras da atividade.
Não se esqueça que, para a gente, tudo é muito simples, mas para as crianças é realmente difícil. Para crianças com atrasos ou distúrbios do desenvolvimento então, é ainda mais complexo!
A importância das jogos
Por isso, precisamos pensar em estratégias para utilizar brincadeiras e jogos de uma maneira divertida e funcional, que estimule o desenvolvimento do seu pequeno. Não existe coisa melhor do que aprender brincando! Brincar pode, por exemplo, estimular nossa atenção, estreitar nossos vínculos e, inclusive, estimular o desenvolvimento da fala.
Então, por que não aproveitar as brincadeiras para aprender de uma maneira lúdica, espontânea e descomplicada de ensinar e se conectar com seu filho?
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