Resumo: O uso de tecnologias passou cada vez mais a fazer parte da rotina de todas as pessoas. Contudo o uso exacerbado da mesma tem tomado proporções perigosas de diversos pontos de vista, sejam eles do próprio desenvolvimento humano, como também das habilidades sociais, aspectos cognitivos, mnemônicos, de concentração, além de prejuízos oftalmológicos.
A tecnologia teve um avanço significativo nos últimos anos, em especial após a pandemia da COVID-19, na qual mesmo quem não indicava afinidade com o uso de recursos tecnológicos, passou a se adequar em função das exigências de tal período (Lima e Souza, 2023). O uso de tecnologias passou cada vez mais a fazer parte da rotina de todas as pessoas, nas mais distintas classes sociais e faixas etárias. Contudo o uso exacerbado da mesma tem tomado proporções perigosas de diversos pontos de vista, sejam eles do próprio desenvolvimento humano, como também das habilidades sociais, aspectos cognitivos, mnemônicos, de concentração, além de prejuízos oftalmológicos (Grillo et al., 2023; Lima, 2021; Gomes et al., 2020).
Inegável o fato de que a tecnológica nos auxilia diariamente, porém o uso excessivo dela traz registros científicos sobre comprometimentos em diversas áreas. Ao pensarmos na primeira infância a exposição as telas de forma não controlada traz agravos na comunicação, interação social, baixos níveis de concentração – em especial a atividades externas as telas -, entre outros pontos que culminam em prejuízos a curto e longo prazo (Margni, 2022; Passos, 2021; Peixoto et al., 2020). Tais reflexos do uso exacerbado de telas têm levando inclusive, muitas pessoas a terem diagnósticos equivocados de autismo, justamente pelo padrão de comportamento ao qual a criança ou o adolescente se condicionaram pelo uso excessivo de telas.
As pessoas quando muito expostas a tecnologia, apresentam comportamentos com certas similaridades, como isolamento, baixa interação social, dificuldade na comunicação e autonomia, além de questões de cognitivas enfraquecida, como a memória e concentração, pela não estimulação adequada (Peixoto et al., 2020). Estudos ainda trazem contribuições sobre as consequências do uso de telas e concomitantemente da tecnologia sobre o processo de aprendizagem, afirmando que tal exposição excessiva pode trazer prejuízos (Grillo et al., 2023; Nobre et al., 2021).
Os estudos destacam de forma majoritária os malefícios da tecnologia, contudo cabe-se destacar que quando bem utilizada, com seus devidos controles em termos de quantidade de exposição, tipos de conteúdo, qualidade do material consumido, etcs, a tecnologia e a internet podem contribuir significativamente para as pessoas. Sendo assim, o presente trabalho destaca a necessidade de que todos precisamos ter, mas acima de tudo pais e responsáveis por crianças, o controle do uso de tecnologias, a fim de que a mesma possa trazer mais contribuições do que prejuízos, sejam eles de cunho educacional, cognitivo, emocional, neurológico e comportamental (Peixoto et al., 2020).
Referências:
de Lima, M. G., & de Sousa, F. N. T. (2023). O uso excessivo de telas por crianças e adolescentes: uma análise do contexto da COVID-19. Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo, 8(2), 90-108.
Gomes, A. C. G., Castro, L. R., Brito, L. M. P. D., Cunha, M. A. D., & Ribeiro, M. V. M. R. (2020). Miopia causada pelo uso de telas de aparelhos eletrônicos: uma revisão de literatura. Revista brasileira de oftalmologia, 79, 350-352.
Grillo, G. P., Fróes, D. N. S., Bachetti, L. G., Marra, L. J., de Oliveira, M. D., Gurgel, M. V. G., … & Curto, H. N. (2023). Impacto do uso excessivo de multitelas no comportamento e saúde mental de crianças e adolescentes. Brazilian Journal of Health Review, 6(2), 6841-6851.
Lima, J. H. C., Ely, C. S., Krug, B. R., Klein, M. B., Brum, R. P., Barros, B. K., … & Kochhann, S. B. (2021). Miopia e os danos por uso excessivo de telas em meio a pandemia do COVID-19: revisão de literatura. RECIMA21-Revista Científica Multidisciplinar-ISSN 2675-6218, 2(9), e29663-e29663.
Maragni, C. V. (2022). Exposição excessiva às telas e suas consequências para o desenvolvimento infantil.
Nobre, J. N. P., Santos, J. N., Santos, L. R., Guedes, S. D. C., Pereira, L., Costa, J. M., & Morais, R. L. D. S. (2021). Fatores determinantes no tempo de tela de crianças na primeira infância. Ciencia & saude coletiva, 26, 1127-1136.
Passos, T. P. (2021). Uso de telas na infância: revisão bibliográfica sobre riscos e prejuízos para o desenvolvimento cognitivo e linguístico.
Peixoto, M. J. R., Cassel, P. A., & Bredemeier, J. (2020). Implicações neuropsicológicas e comportamentais na infância e adolescência a partir do uso de telas. Research, Society and Development, 9(9), e772997188-e772997188.