O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por padrões persistentes de dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. É uma condição que afeta de forma geral as habilidades comportamentais, cognitivas e socais dos pacientes que se encontram no espectro autista (Almeida & Neves, 2020; Fernandes et al., 2020).
Sabe-se que o transtorno afeta a maneira como as pessoas percebem e interagem com o mundo ao seu redor (Almeida & Neves, 2020). Embora o TEA possa trazer desafios significativos, muitas pessoas com essa condição também possuem habilidades e talentos únicos. O diagnóstico precoce e a intervenção adequada podem melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas no espectro e ajudá-las a alcançar seu potencial máximo (Fernandes et al., 2020).
Ainda não existem exames para detectar o autismo na gestação ou nos primeiros dias de vida, todavia há algumas pistas que os pais e cuidadores podem observar nos primeiros meses de vida de uma criança, indicando a possibilidade de TEA (Gaiato et al., 2022). É importante lembrar que esses sinais podem variar amplamente de uma criança para outra, e a presença de um ou mais desses sinais não significa
necessariamente que a criança está no espectro. Somente a avaliação e o diagnóstico por um profissional de saúde qualificado podem determinar se uma criança se encontra no espectro (Gaiato et al., 2022; Silva et al., 2012).
Os principais indicativos comportamentais aos quais os responsáveis podem se atentar para o alerta inicial de TEA são atrasos de fala, dificuldades na comunicação não verbal (incluindo por exemplo o baixo contato visual, imitação, expressões faciais reduzidas), comportamentos repetitivos, interesses restritos, sensibilidade sensorial (sensibilidade a som, luzes, entre outros) (Gaiato, 2018).
Destaca-se sempre a importância e necessidade de observar que o desenvolvimento típico varia de criança para criança, e muitos bebês e crianças pequenas podem exibir comportamentos que se enquadram em algumas dessas categorias sem necessariamente terem o diagnóstico de TEA, além disso, algumas crianças com TEA podem não mostrar todos esses sinais (Silva et al., 2012).
O diagnóstico requer uma avaliação abrangente por um ou mais profissionais de saúde, como um pediatra, psicólogo ou neuropediatra, que levará em consideração uma variedade de fatores, incluindo histórico médico, observações clínicas e avaliações específicas para a conclusão do caso. Se os pais ou cuidadores têm preocupações sobre o desenvolvimento de uma criança, é importante buscar avaliação e orientação profissional o mais cedo possível, pois a intervenção precoce pode ser muito benéfica no tratamento do TEA (Gaiato et al., 2022; Gaiato, 2018; Silva et al., 2012).
Referências:
Almeida, M. L., & Neves, A. S. (2020). A popularização diagnóstica do autismo: uma falsa epidemia?. Psicologia: Ciência e profissão, 40, e180896.
Fernandes, C. S., Tomazelli, J., & Girianelli, V. R. (2020). Diagnóstico de autismo no século XXI: evolução dos domínios nas categorizações nosológicas. Psicologia USP, 31.
Gaiato, M. (2018). SOS autismo: guia completo para entender o Transtorno do Espectro Autista. Nversos.
Gaiato, M. H. B., Zotesso, M. C., da Rosa Silveira, R., & Ferreira, L. (2022). Análise do comportamento aplicada ao autismo embasada em estratégias naturalísticas: revisão da literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 15(10), e10919-e10919.
Gaiato, M. H. B., Zotesso, M. C., Ferreira, L., da Rosa Silveira, R., & Diodato, R. (2022). Transtorno do espectro autista: Diagnóstico e compreensão da temática pelos responsáveis. Revista Contexto & Saúde, 22(46), e13209-e13209.
Silva, A. B. B., Gaiato, M. B., & Reveles, L. T. (2012). Mundo singular. Entenda o Autismo. Rio de Janeiro: Editora Fontana.