Como especialista no assunto das dificuldades da maternidade, sempre disse para vocês o que existia de melhor na teoria, o que aprendi durante as minhas especializações, o que eu lia nos parágrafos dos livros e inclusive o que dizia nos meus próprios livros. Tento dar várias dicas aos pais e mães, incentivando-os a participar das terapias de seus pequenos, sempre com base na ciência. Porém, agora que estou vivendo na vida real com o meu filho e sinto na minha pele como é encarar o comportamento infantil, vejo que as coisas são bem diferentes. Ou seja, a maternidade como processo diário é bem mais difícil do que eu pensava!
Por isso, vou falar para vocês sobre as três principais dificuldades que estou passando nesse processo. Quero deixar claro que lembro de vocês todos os dias, porque muita coisa é bem diferente do que eu falava. Vamos lá…
O tempo passa de um jeito diferente quando temos filhos. Não temos tempo de fazer todas as coisas que planejamos para o dia.
1 – O tempo na maternidade é diferente!
Sempre falei para as mães que elas tinham que dedicar pelo menos alguns momentos por dia para fazer atividades e estimular seus pequenos. O ideal seria tirar uma horinha da manhã, uma hora da tarde ou mesmo da noite para tais “tarefas” e estimulações.
Desta forma, já seriam pelo menos duas horas por dia de estimulações, totalizando 14 horas na semana, e o tempo seria perfeito para executar tudo o que é aprendido nos cursos de capacitação. Enfim, eu sempre achei que isso era muito possível.
Mas agora, eu percebo que isso é insano! Esse ideal da maternidade, da mãe que tem tempo livre, não existe! O tempo passa de um jeito diferente quando temos filhos. Não temos tempo de fazer todas as coisas que planejamos para o dia. Quando achamos que vão “sobrar” alguns minutos, já chegou a hora de dar banho, depois de colocar para dormir. No fim, você não conseguiu fazer mais nada.
Já entendi que o tempo realmente passa de um outro jeito. Então, mães, por favor, me digam o que vocês fazem para levar a criança para escola, dar conta das tarefas de casa, brincar e estimular exatamente do jeito que eu peço e, além disso tudo, ainda cuidam de vocês, do casamento… Isso é muito, muito, muito difícil! Meus amigos dentistas que me desculpem, mas não estou fazendo tudo como deveria, porque às vezes não dá nem tempo para escovar os dentes direito!
2 – Teoria x Prática
Eu sempre disse que jamais faria esse tipo de coisa, afinal, eu sou especialista e mestre em análise do comportamento, tenho diversas outras especializações, como neurociências, onde estudei o cérebro infantil e tenho várias técnicas para aplicar sempre que o meu bebê estiver angustiado, precisando de estímulos ou até mesmo para descansar.
Eu tenho um arsenal com centenas de técnicas de comportamento para entreter e colocá-lo no caminho. Porém, na hora que realmente acontece, as coisas são diferentes. Seu filho começa a chorar e você sabe que é manha. Você já o trocou, deu comida, está de banho tomado e ele simplesmente não para. É a hora que você oferece a chupeta, mesmo sabendo que é manha. São coisas assim que fazem eu “pagar minha língua”!
Com a teoria, criamos esse ideal de maternidade, mas na prática tudo é muito diferente!
3 – O choro
Como é difícil deixar o filho chorar, ver ele berrando, chorando angustiado, por mais que você saiba que é birra. Eu não estou dizendo que vocês devem ceder e deixar fazer tudo o que eles quiserem, mas também não podemos deixar a criança de lado chorando.
O que estou dizendo é que é muito, mas muito diferente do que eu pensava… porque dói, e é uma dor visceral. Uma dor que fica nos órgãos. Enfim, não consigo explicar, mas quem é mãe sabe bem do que estou falando. Ter uma criatura ali, que precisa de você e pela qual você se sente responsável, mas não sabe o que está acontecendo… Você tenta de tudo para dar o que ele precisa, para fazer parar de chorar, mas nada funciona!
Temos que tomar cuidado com isso e pensar em estratégias para identificar quando a criança está com comportamentos disruptivos inadequados, fazendo coisas assim e manhas para conseguir o que quer. E isso não é maldade da criança, ela apenas entende que assim é o jeito de se comunicar da melhor forma e viver em sociedade. Com o tempo, corrigir esse tipo de comportamento se torna muito complicado.
Enfim, até mesmo sabendo disso tudo, nosso impulso é fazer o que for para que o bebê pare. É muito difícil mesmo! Agora eu super entendo vocês, mães, mais do que nunca!
A maternidade é um processo que muda a gente! Com ela, percebemos que muito do que vemos na teoria não é aplicável no dia a dia. Assim, ter um filho está fazendo com que eu pense muito em vocês, mães, e também na melhor maneira de ajudá-las!
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