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O que é ABA? Funciona somente para o autismo?

Atualmente muito se fala em ABA, terapia ABA para o autismo, intervenção baseada em ABA. Mas afinal de contas o que significa ABA? A mesma se aplica somente ao Transtorno do Espectro Autista (TEA)? E como de fato funciona tal modelo teórico?

Índice

O termo ABA tem ganhado destaque na atualidade por sua associação direta à temática do autismo. Contudo, tal associação vista como única é equivocada, uma vez que a definição, bem como campo de atuação da ABA é amplo e bem mais complexo do que é exposto nos meios midiáticos de senso comum, os quais, em grande parte, são pouco embasados e estruturados na psicologia e em seus pressupostos filosóficos.

A sigla ABA, deriva-se do inglês, que quer dizer Applied Behavior Analysis, em sua tradução, Análise do Comportamento Aplicada, na qual a mesma pode ser compreendida como uma ciência, que se fundamenta em pesquisas básicas e aplicadas, e que tem por objeto de estudo o comportamento humano (MOREIRA, MEDEIROS, 2018).
Dessa forma, se faz de extrema importância esclarecer o conceito e aplicação da ABA, desmistificando o uso errôneo, bem como, por vezes, também banalizando o termo quando não compreendido e usado corretamente.

O primeiro grande equívoco cometido com frequência é referir-se à análise do comportamento aplicada como método, em especial quando associada à temática do autismo. A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) passa a ser vendida como um produto, e anula-se toda a parte teórica, experimental, científica e prática por trás da sigla, a qual a mesma, muitas vezes, é desconhecida. Frases como “método ABA para o tratamento do autismo” para venda de cursos ou até mesmo divulgação de serviços colocam a análise do comportamento sob uma redução, invalidando todo o histórico envolvendo a psicologia comportamental e seu estudo.

Para que possamos entender melhor, e evitar equívocos como esse, compreendamos primeiro onde nasce a ABA. Tourinho (1999) sugeriu uma reorganização de terminológicas skinnerianas onde nela a área ampla é denominada Análise do Comportamento (AC), o braço teórico, filosófico e histórico chamado de Behaviorismo Radical (BR), o braço empírico e prático denominado Análise Experimental do Comportamento e por fim o braço associado à criação e intervenção social chamado de Análise Aplicada do Comportamento, tal explicação pode é exposta de forma ilustrativa a seguir:

Quadro de pesquisa

De acordo com os autores, os três braços estão interligados e não podem existir de forma autônoma, ou seja, individualmente. Dessa forma, não podemos entender ABA como algo singular e limitado a um método, quando a análise do comportamento aplicada faz parte de um conjunto de fatores provenientes da psicologia comportamental e de anos de estudos em tal ciência.
Da mesma forma, limitar ABA ao autismo é outro grande erro, uma vez que a AC é uma maneira de estudar o objeto da psicologia (TODOROV, 2010) e em uma perspectiva comportamental é possível atuar junto ao TEA, mas também no campo da psicologia clínica, hospitalar, organizacional, esportiva, entre outras áreas da psicologia. Cabe salientar que a análise do comportamento não se restringe somente aos estudos da psicologia, muitos pesquisadores de áreas da pedagogia, publicidade e propaganda e até mesmo medicina veterinária estudam Skinner e os conceitos filosóficos da ciência do comportamento e os aplicam em pesquisas avançadas.
De acordo com Carvalho- Neto (2002) “Análise do Comportamento tem compromissos de melhoria da vida humana e o seu braço aplicado pode funcionar como um eficiente aferidor das consequências práticas prometidas”. Ou seja, a ABA tem grande funcionalidade e resultados para diversas demandas, sendo comprovada empiricamente e embasada cientificamente. Para o autismo tem alcançado resultados extraordinários registrados na literatura, contribuindo para a evolução do cliente em questão, e melhoria da qualidade de vida, sendo dessa forma uma intervenção e não método, embasada em conceitos teóricos, filosóficos e experimentais de alto grau de complexidade.

Referências

  1. Carvalho-Neto, M. B. (2002). Análise do comportamento: behaviorismo radical, análise experimental do comportamento e análise aplicada do comportamento. Intervenção em psicologia, 6 (1), p. 13-18.
  2. Moreira, M. B.; Medeiros, C. A. (2018). Princípios básicos de análise do comportamento. Artmed. 2ª edição.
  3. Todorov, J. C.; Hanna, E. S. (2010). Análise do comportamento no Brasil. Psicologia: teoria e pesquisa 26 (spe).
  4. Tourinho, E. Z. (1999). Estudos conceituais na análise do comportamento. Temas em Psicologia da SBP, 7(3), 213-222.
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